terça-feira, 30 de junho de 2009

Do que não dá mais...




(...) Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de lidar, pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar. Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência, pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua desajeitada e irrefletida permanência.



Martha Medeiros

2 comentários:

  1. nossa, não fui eu que escrevi isso, hoje mesmo?! vou até guardar essas linhas por aqui.

    obs.: gosto desse seu cantinho, viu?

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  2. Amo Martha e esse sentimento meio racional, sempre pulsação...
    Esse jeito de escrever com tinta vermelha, algo quente e sutil...
    É lindo demais!

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“Escreve-me! Ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d’açucenas!
- Florbela Espanca -